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Jet Jerferson lê "Segunda Canção
de Muito Longe ", do brasileiro Mário Quintana

Segunda Canção de Muito Longe - Mário Quintana

Havia um corredor que fazia cotovelo:
Um mistério encanando com outro mistério, no escuro…
Mas vamos fechar os olhos
E pensar numa outra cousa…

Vamos ouvir o ruído cantado, o ruído arrastado das correntes no algibe,
Puxando a água fresca e profunda.
Havia no arco do algibe trepadeiras trêmulas.
Nós nos debruçávamos à borda, gritando os nomes uns dos outros,
E lá dentro as palavras ressoavam fortes, cavernosas como vozes de leões.

Nós éramos quatro, uma prima, dois negrinhos e eu.
Havia os azulejos, o muro do quintal, que limitava o mundo,
Uma paineira enorme e, sempre e cada vez mais, os grilos e as estrelas…
Havia todos os ruídos, todas as vozes daqueles tempos…
As lindas e absurdas cantigas, tia Tula ralhando os cachorros,
O chiar das chaleiras…

Onde andará agora o pince-nez da tia Tula
Que ela não achava nunca?
A pobre não chegou a terminar o Toutinegra do Moinho,
Que saía em folhetim no Correio do Povo!…
A última vez que a vi, ela ia dobrando aquele corredor escuro.
Ia encolhida, pequenininha, humilde. Seus passos não faziam ruído.
E ela nem se voltou para trás!

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Se existe uma unanimidade em Teófilo Otoni, é esta: Jet Jeferson. Ele é o melhor locutor de todos os tempos da região. Por isso, o VOX escolheu-o para apresentar o projeto "Farol das Letras". Aqui, toda semana será veiculado, na voz de Jet Jeferson, um texto de um autor mundialmente famoso. Hoje, foi a vez de apresentar o poema Segunda Canção de Muito Longe, do brasileiro Mário Quintana.

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